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Apresentação

por Silvia Schiavone

Referências historiográficas sobre artistas, que fogem ao eixo hegemônico, não são fáceis de encontrar. Fontes que não sejam as poucas referências acadêmicas não são opções acessíveis ao público não especializado. É possível uma história da arte real e representativa de nosso território? Como reunir pesquisas fora da bolha acadêmica e transformá-las em materiais acessíveis para o público geral, principalmente, às nossas crianças e professores?
Idealizado pela arte-educadora Silvia Schiavone, este projeto se propôs unificar as pesquisas e práticas pedagógicas de mais dois arte-educadores convidados, sendo eles, João Paulo Ovídio e Cynthia Dias. Através de uma convocatória aberta nas redes sociais, outros 3 arte-educadores juntaram-se a nós neste projeto, sendo eles Agatha Fiúza, Agrippina R. Manhattan e Robnei Bonifácio.
Todos com uma atuação docente baseada em produções artísticas contra-hegemônicas, com foco nas periferias e subúrbios do Rio de Janeiro. Também contamos com a participação da historiadora da arte, Gabrielle Nascimento, que trouxe um riquíssimo texto sobre os desafios encontrados no ensino de arte africana nas escolas.
Utilizando esta base de referência, criamos este livro contendo propostas e abordagens decoloniais no ensino de artes visuais, abarcando competências e habilidades exigidas para a educação básica. Este livro está disponível para download gratuito em nosso site e redes sociais. 

No site, além de baixar gratuitamente este livro, você encontrará material sobre a temática da arte-educação decolonial: vídeos, material didático-pedagógico para download, textos, informações sobre artistas e obras, assim como cursos e oficinas online gratuitos.
Esta transversalidade de saberes pedagógicos e artísticos foi pensada no intuito de provocar reflexões possíveis para a construção de um outro ensino de artes visuais que não seja pautado apenas em imagens já concebidas pela lógica eurocêntrica e hegemônica da História da Arte. Não queremos negar a existência e a potência da construção histórica das imagens, mas sim criar outras possibilidades de articulações e disparos através de obras/imagens fora do eixo de circulação dos livros didáticos e dos currículos escolares.

A partir das proposições poéticas, estéticas e materiais das obras que fazem parte das pesquisas dos organizadores e participantes do livro, pensamos em criar diálogos educativos e pedagógicos que se constituem como uma possibilidade urgente para um outro ensino da História da Arte e/ ou Artes Visuais, um ensino que valorize a produção artística periférica e suburbana enquanto produtora de conhecimento e de possíveis metodologias decoloniais. Por vezes, práticas de ensino em artes visuais foram pautadas na lógica da dominação eurocêntrica que existiram e existem, nos impondo uma forma de pensar imageticamente eurocentrada, sem nos possibilitar experiências de aprendizado com o fazer local, regional e nacional. Descolonizar é construir lógicas de ensino e aprendizagem emancipadoras e não hegemônicas. Nesse sentido, este projeto artístico e educativo pretende acessar outras lógicas de construção de conhecimento, lógicas que estiveram sempre à margem, mas não menos potentes e revolucionárias.

 

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